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MENSAGEM DO GRAAL - ERROS - Parte II

ERROS - Parte II
O nascimento e a morte, os pólos inseparáveis de toda a existência na Terra, não deviam constituir nenhum mistério para as criaturas humanas.
Desequilíbrio reside nas concepções que procuram esclarecer o núcleo essencial do ser humano. Isso advém da presunção doentia dos habitantes da Terra, que se vangloriam atrevidamente de que seu núcleo essencial seja divino.
Observai bem os seres humanos! Acaso podeis encontrar neles algo que seja divino? Tal asserção tola devia ser considerada uma blasfêmia, porque implica uma degradação da divindade.
A criatura humana não traz em si sequer um grãozinho de pó do divino!
Essa concepção é meramente uma presunção doentia que tem como origem apenas a consciência duma incapacidade de compreensão. Onde está a criatura humana que pode dizer sinceramente que tal crença também se lhe tornou convicção? Quem olhar para dentro de si com seriedade terá de negar isso. Sente perfeitamente que a hipótese de trazer em si algo de divino é apenas um anseio, um desejo, mas não uma certeza! Fala-se acertadamente quando se diz que a criatura humana traz em si uma centelha de Deus! Essa centelha de Deus, porém, é espírito! Não é uma parte da divindade.
A expressão centelha é uma designação bem acertada. Uma centelha se desenvolve e salta sem levar ou portar em si algo da constituição do gerador. O mesmo se dá neste caso. Uma centelha de Deus não é propriamente divina.
Onde tais erros já se encontram com relação à origem da existência, aí tem de advir um falhar em todo o desenvolvimento! Se eu tiver construído sobre alicerces falsos, acabará um dia o edifício inteiro oscilando e vindo abaixo.
A origem constitui, pois, apoio para toda a existência e o desenvolvimento de cada um. Quem, porém, como é usual, procura ir para além das origens, tenta agarrar coisas para ele inatingíveis, perdendo assim naturalmente todo e qualquer apoio.
Se eu, por exemplo, me agarro a um galho de árvore que tem semelhança em sua constituição material com o meu corpo terreno, esse galho passa a ser um ponto de apoio, podendo então me impulsionar para cima.
Se, porém, estender as mãos acima do galho, não encontrarei no ar, que é de constituição diferente, nenhum ponto de apoio e... por conseqüência, não poderei subir! Isso é claro.
O mesmo se dá com a estrutura interior do ser humano, que se chama alma, e seu núcleo, o espírito.
Se esse espírito quiser ter o necessário apoio da sua origem, de que necessita, não deverá logicamente procurá-lo no divino. Isso não seria natural, pois o divino se encontra muito mais alto, é de constituição muito diversa!
E não obstante isso, procura a criatura humana, em sua vaidade, ligar-se a tal ponto, o qual jamais conseguirá alcançar, interrompendo assim os acontecimentos naturais. Seu desejo errado se interpõe como um obstáculo entre ele e o afluxo indispensável das energias provenientes da origem. Ele próprio se separa disso.
Por isso, fora com tais erros! Somente assim poderá o espírito humano desenvolver todas as suas energias, que hoje ainda desdenha descuidadamente, vindo então a ser o que de fato pode e deve ser, isto é, senhor na Criação! Mas, bem compreendido, apenas na Criação, não acima dela.
Somente o divino se acha acima de toda a Criação. —
Continua...
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