ERA
UMA VEZ…! - Parte
V
Temos
de aprender finalmente a distinguir entre o espírito e o raciocínio,
entre o núcleo vivo do ser humano e o seu instrumento! Se esse
instrumento for colocado acima
do
núcleo vivo, como tem acontecido até agora, sucederá algo insano
que há de trazer já de origem o germe da morte, e assim, aquilo que
é vivo, o mais sublime, o mais precioso, será sufocado, atado e
separado de sua indispensável atividade, até que, inacabado, se
erga livremente dos destroços do inevitável desmoronamento da
construção morta.
Façamo-nos,
porém, em vez de “Era uma vez!” a pergunta:
“Como
era antigamente?” Quão diverso é o efeito. Logo se nota a grande
diferença. A primeira frase fala para a intuição, que está em
ligação com o espírito. Já a segunda se dirige ao raciocínio.
Imagens muito diferentes surgem com isso. São de antemão limitadas,
frias, sem calor de vida, porque outra coisa o raciocínio não tem
para dar.
A
maior culpa da humanidade, porém, desde o início, foi ter colocado
esse raciocínio, que somente pode formar coisas incompletas e sem
vida, sobre um alto pedestal, adorando-o literalmente e dançando ao
seu redor. Foi-lhe dado um lugar que só
devia
ser reservado para
o espírito.
Tal
empreendimento é contrário a tudo quanto é determinação do
Criador e, portanto, contra a natureza, já que tais determinações
jazem ancoradas no funcionamento da natureza. Por conseguinte, nada
pode conduzir a uma finalidade certa, ao contrário, tudo tem de ruir
no ponto em que a colheita deva começar. É impossível de outro
modo, mas sim um acontecimento natural previsto.
Somente
na mera
técnica, em
cada indústria, é diferente. Esta atingiu um alto nível através
do raciocínio e progredirá ainda muito mais no futuro! O fato, no
entanto, serve como prova da veracidade de minhas declarações. A
técnica é e sempre permanecerá, em todas
as
coisas, puramente terrena, morta. Já que o raciocínio, pois, também
pertence a tudo o que é terrenal, consegue, no que diz respeito à
técnica, desenvolver-se admiravelmente, obtendo coisas realmente
grandes. Nisso ele se encontra no lugar certo, em sua verdadeira
incumbência!
Contudo,
lá onde for necessário entrar em consideração também o que é
“vivo”, isto é, essencialmente humano,
não
bastará o raciocínio em sua espécie e por isso terá
de
falhar enquanto não for guiado aí pelo espírito! Pois só o
espírito é vida. Êxito numa bem determinada espécie só pode ser
trazido sempre pela atuação da igual espécie. Por esta razão o
raciocínio terreno jamais poderá atuar no espírito! Eis o motivo
de constituir uma grave contravenção da humanidade colocar o
raciocínio acima da vida.
Assim
o ser humano inverteu
a
sua tarefa em face das determinações criadoras, isto é,
absolutamente naturais, colocando-as, a bem dizer, de cabeça para
baixo, ao conferir ao raciocínio, que vem em segunda posição,
somente terrenal, o lugar mais alto, que pertence ao espírito vivo.
Com isso torna-se, por sua vez, bem natural, que seja obrigado a
procurar de baixo para cima, e com muita dificuldade, no que o
raciocínio colocado acima, com sua restrita faculdade de
compreensão, impede qualquer visão mais ampla, em vez de através
do espírito poder ver de cima para baixo.
Se
quiser despertar, então o ser humano é obrigado, antes de mais
nada, a “inverter as luzes”. O que agora está em cima, o
raciocínio, que seja colocado no lugar que lhe foi destinado
naturalmente, e o espírito que volte outra vez ao lugar mais
elevado. Essa inversão necessária não é mais tão fácil para o
ser humano de hoje. —
Continua...
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