A
LUTA – Parte I
De
duas concepções do mundo, em rigorosa oposição uma à outra, não
se podia falar até agora. A expressão luta é, portanto,
inadequadamente escolhida para o que ocorre realmente entre os seres
humanos de raciocínio e os que buscam com sinceridade a Verdade.
Tudo
quanto aconteceu até agora consistiu em ataques unilaterais dos
seres humanos de raciocínio; ataques esses que para os observadores
serenos têm de parecer visivelmente infundados e muitas vezes
ridículos. Contra todos aqueles que essencialmente procuram o
desenvolvimento espiritual cada vez mais alto, mesmo conservando
serena reserva, irrompem zombarias, hostilidades e até mesmo
perseguição da pior forma. Há sempre alguns que experimentam com
escárnio ou com violência fazer recuar os que se esforçam para
cima, e tudo fazem para lançá-los em sonolências obtusas ou em
marasmos hipócritas das massas.
Muitos
acabavam se tornando com isso autênticos mártires, porque não
somente a grande maioria humana como também os poderes terrenos
estão do lado das criaturas humanas de raciocínio. E o que estas
podem dar já se acha nitidamente indicado na palavra “raciocínio”.
Isto é: limitação estreita da capacidade de compreensão, visando
ao puramente terreno, portanto, à ínfima parte da verdadeira
existência.
Que
isto não pode de maneira alguma trazer algo de perfeito, aliás nada
de bom, para uma humanidade cuja existência se passa principalmente
através de partes que as próprias criaturas humanas dominadas pelo
raciocínio fecharam para si, é facilmente compreensível. Sobretudo
quando se considera que exatamente a diminuta vida terrestre deve
tornar-se um momento decisivo para toda a existência, acarretando
incisivas intervenções em outras partes que são para os seres
humanos de raciocínio completamente incompreensíveis.
A
responsabilidade dos seres humanos de raciocínio, já tão decaídos,
cresce desse modo para dimensões enormes, contribuindo com forte
pressão para comprimi-los cada vez mais depressa ao encontro do alvo
escolhido, para que eles finalmente sejam obrigados a usufruir os
frutos daquilo que propagaram com presunção e tenacidade.
Como
seres humanos de raciocínio, deve-se compreender aqueles que se
submeteram incondicionalmente ao seu próprio raciocínio.
Julgaram-se estes, desde milênios, e de maneira esquisita,
possuidores do direito absoluto de impor suas convicções restritas,
usando da lei e da violência também sobre aqueles que desejam viver
de conformidade com outras convicções. Essa arrogância totalmente
ilógica reside, por sua vez, apenas na restrita capacidade de
compreensão dos seres humanos de raciocínio, a qual não consegue
elevar-se mais alto. Exatamente a limitação lhes traz um assim
chamado clímax de compreensão, fato pelo qual têm de surgir tais
ilusões presunçosas, por acreditarem que se encontram realmente nas
alturas máximas. De fato, para eles, assim o é, pois há ali um
limite que não conseguem transpor.
Seus
ataques contra os que buscam a Verdade mostram, contudo, nitidamente,
através da incompreensível odiosidade tantas vezes manifestada e
observada de perto, o brandir do chicote das trevas atrás deles.
Raramente se encontra algo de intenção sincera, nessas investidas
hostis, que justifique, mais ou menos, a maneira de tão abominável
procedimento. Na maioria dos casos se trata dum desencadear de cólera
cega, a que falta qualquer lógica verdadeira. Examine-se com toda a
calma tais ataques. Raros são os artigos cujo conteúdo mostre a
intenção de entrar objetivamente
nas
palavras escritas ou pregadas pelos que procuram a Verdade.
Surpreendente
de todo é que a inconsistente mediocridade dos ataques se evidencia
sempre exatamente por uma ausência
absoluta de objetividade! Constituem
sempre, às claras ou às escondidas, insultos à pessoa
do
pesquisador da Verdade. Age
dessa forma só mesmo quem não tem nada a contrapor objetivamente.
Um
pesquisador ou portador da Verdade não se evidencia pessoalmente,
e
sim oferece e apresenta o que diz.
Continua...
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