INFANTILIDADE
– Parte III
O
espírito é, portanto, uma criança da Criação. E tem de
permanecer nela sempre infantil,
se
quiser cumprir a finalidade para a qual se encontra na Criação. A
presunção do raciocínio deixou-o afastar-se da infantilidade,
porque não soube “compreendê-la” como realmente é. Por isso
perdeu ele o apoio na Criação, que agora tem de expulsá-lo como
estranho, perturbador e nocivo, para ela própria poder permanecer
sadia.
E
assim acontece que os seres humanos cavam sua própria sepultura, por
causa do seu modo errôneo de pensar e de agir.
Como
é estranho, que cada ser humano, que deseja que a festa de Natal
atue de maneira certa sobre ele, tem de procurar primeiro se
transportar para a infância!
Isto
é, pois, um sinal suficientemente nítido de
que ele
nem é capaz de vivenciar, como adulto, a festa de Natal com a
intuição.É
a prova bem nítida de que perdeu alguma coisa que possuía quando
criança! Por que isso não dá o que pensar aos seres humanos!
Trata-se
novamente de indolência espiritual, que os impede de se ocuparem
seriamente com as coisas. “Isso é para crianças”, pensam eles,
e os adultos não têm absolutamente tempo para isso! Eles têm de
meditar em coisas
mais sérias.
Coisas
mais sérias! Com essas coisas mais sérias referem-se somente à
caça às coisas da Terra, isto é, trabalho do raciocínio! O
raciocínio rechaça depressa e para longe as recordações, a fim de
não perder a primazia, quando uma vez é dado lugar à intuição!
Em
todos esses fatos aparentemente tão pequenos reconhecer-se-iam as
maiores
coisas,
se o raciocínio somente desse tempo para isso. Mas ele tem o
predomínio e luta por isso com toda a astúcia e malícia. Isto é,
não ele propriamente, mas na realidade luta aquilo que se utiliza
dele como instrumento e que se esconde atrás dele: as trevas!
Não
querem deixar encontrar a Luz nas recordações. E como
o
espírito anseia encontrar a Luz e dela haurir nova força,
reconhecereis aí que com as recordações do Natal da infância
desperta também uma indeterminada e quase dolorosa saudade, que é
capaz de enternecer passageiramente muitas pessoas.
Esse
enternecimento poderia tornar-se o melhor terreno para o despertar,
se
fosse utilizado logo e também com toda a força! Mas infelizmente os
adultos alcançam isso somente em devaneios, com o que desperdiçam e
perdem a força que surge. E nesses devaneios se passa também a
oportunidade, sem poder trazer proveito ou sem ter sido utilizada.
Mesmo
quando algumas pessoas deixam cair algumas lágrimas com isso,
envergonham-se delas, procuram escondê-las, recompõem-se com um
impulso físico, no qual mui freqüentemente se torna reconhecível
uma inconsciente teimosia.
Quanto
poderiam os seres humanos aprender com tudo isso. Não é em vão que
nas recordações da infância se insere uma leve melancolia.
Trata-se do sentimento inconsciente de ter perdido alguma coisa que
deixou um vazio, a incapacidade de intuir ainda infantilmente.
Mas
decerto tendes notado muitas vezes o efeito maravilhoso e revigorante
que causa uma pessoa, apenas com sua presença silenciosa, de cujos
olhos irrompe de vez em quando um brilho infantil.
O
adulto não deve esquecer que o infantil não é pueril. Ignorais,
porém, por que o infantil pode atuar assim, o que ele é na
realidade! E por que Jesus disse: Tornai-vos como as crianças!
Continua...
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