DESPERTAI! – Parte I
Despertai,
ó seres humanos, desse sono de chumbo! Reconhecei o fardo indigno que carregais
e que pesa com uma indizível e tenaz pressão sobre milhões de criaturas.
Atirai-o fora! Acaso merece ser carregado? Nem sequer um único segundo!
Que
encerra ele? Debulho vazio que se desvanece temeroso ao sopro da Verdade.
Desperdiçastes tempo e força em vão. Arrebentai, portanto, as cadeias que vos
prendem embaixo, tornai-vos livres, afinal!
O ser
humano que permanece acorrentado interiormente será um eterno escravo, mesmo
que seja um rei.
Vós
vos atais com tudo o que vos esforçais por aprender. Ponderai: com a
aprendizagem vos comprimis em formas alheias que outros conceberam,
associando-vos de bom grado a convicções alheias, assimilando somente aquilo
que outros vivenciaram em si, para si.
Considerai:
uma coisa não é para todos! O que é útil para um pode prejudicar a outrem. Cada
qual tem de percorrer por si seu próprio caminho para o aperfeiçoamento. Seu
equipamento para isso são as faculdades que traz em si. De acordo com elas é
que tem de se orientar, e sobre elas edificar! Se não o fizer, permanecerá um
estranho dentro de si mesmo, e se encontrará sempre ao lado daquilo que
estudou, e que nunca pode tornar-se vivo dentro dele. Assim, cada proveito para
ele está fora de cogitação. Vegeta, e se torna impossível um progresso.
Notai
bem, ó vós que vos esforçais com sinceridade pela Luz e a Verdade:
O
caminho para a Luz deve cada qual vivenciar dentro de si, descobri-lo pessoalmente,
se desejar percorrê-lo com segurança. Somente aquilo que o ser humano
vivencia e sente intuitivamente com todas as mutações é que compreendeu
plenamente!
A dor
e também a alegria batem continuamente à porta, estimulando, sacudindo para um
despertar espiritual. Durante segundos fica então o ser humano muitas vezes
libertado das futilidades da vida cotidiana e pressente, tanto na felicidade
como na dor, ligação com o espírito que perpassa tudo o que é vivo.
E tudo
é, pois, vida; nada está morto! Feliz daquele que compreende e retém tais
momentos de ligação, erguendo-se nisso para cima. Não deve aí ater-se a formas
rígidas, mas sim cada um deve desenvolver-se por si mesmo, partindo de seu
íntimo.
Não
vos preocupeis com zombadores que ainda desconhecem a vida espiritual. Como
bêbados e como doentes se encontram perante a imponente obra da Criação, que
tanto nos oferece. Como cegos que tateiam através da existência terrena, e não
vêem todo o esplendor que os rodeia!
Estão
confusos, dormem, pois como pode um ser humano, por exemplo, ainda afirmar que
só existe aquilo que ele vê? Que acolá, onde ele com seus olhos nada consegue
distinguir, não haja vida nenhuma? Que, com a morte de seu corpo, também ele
deixa de existir, somente porque até agora, em sua cegueira, não se pôde
convencer com seus olhos do contrário? Não sabe ele agora, já por muitas
coisas, como é restrita a capacidade do olho? Não sabe ele ainda que ela está
ligada às capacidades de seu cérebro, as quais, por sua vez, são adstritas ao
tempo e ao espaço? E que, por essa razão, tudo quanto está acima do
espaço e do tempo ele não pode reconhecer com seus olhos? Nenhum desses
zombadores compreendeu ainda tal fundamentação lógica do raciocínio? A vida
espiritual, chamemo-la também o Além, é, contudo, somente algo que se acha
inteiramente acima do conceito terreno de espaço e de tempo, e que necessita,
portanto, de um caminho idêntico para ser reconhecido.
Contudo,
nosso olho nem vê mesmo aquilo que se deixa classificar no tempo e no espaço.
Considere-se a gota d’água, cuja incondicional pureza cada olho testemunha e
que, observada através dum microscópio, encerra milhares de seres vivos, que
dentro dela, sem piedade, lutam e se destroem. Não há, às vezes, bacilos na
água, no ar, que possuem força para destruir corpos humanos, e que não são
percebidos pelos olhos? Todavia se tornam visíveis através de instrumentos
aperfeiçoados.
Quem
ousará ainda depois disso afirmar que não encontrareis coisas novas até agora
desconhecidas, tão logo aperfeiçoardes melhor tais instrumentos? Aperfeiçoai-os
mil vezes, milhões de vezes, mesmo assim a visão não terá fim; pelo contrário,
diante de vós se desvendarão sempre de novo mundos que antes não podíeis ver
nem sentir e que, todavia, aí já existiam.
O
pensamento lógico leva a idênticas conclusões sobre tudo o mais que as ciências
até agora conseguiram colecionar. Dá-se a expectativa de permanente
desenvolvimento e nunca, porém, de um fim.
Continua...
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