O SILÊNCIO – Parte I
Tão logo surja em ti um pensamento, trata de retê-lo, não o
exponhas logo, porém nutre-o; pois ele condensa-se mediante a contenção no
silêncio e ganha em forças, como o vapor sob compressão.
A pressão e a condensação geram a propriedade duma reação
magnética segundo a lei de que tudo o que é mais forte atrai o fraco. Formas de
pensamentos análogas serão através disso atraídas de todas as partes,
seguradas, reforçando cada vez mais a força do próprio pensamento primitivo, e
apesar disso atuam de modo que a primeira forma gerada se vá moldando,
transformando-se e adquirindo formas variáveis por ação de outras
desconhecidas, até atingir seu amadurecimento. Sentes tudo isso dentro de ti;
todavia, julgas que isso resulta unicamente da tua própria vontade. Mas em
coisa alguma dás inteiramente tua própria vontade, tens sempre junto algo
alheio!
Que te diz esse fenômeno?
Que somente com a fusão de muitas partículas algo perfeito pode
ser criado! Criado? Está isso certo? Não, mas sim formado! Pois realmente não
há nada de novo a criar, trata-se em tudo apenas de um novo formar, visto que
todas as partículas já existem na grande Criação. Cumpre apenas impulsionar
essas partículas em direção ao caminho da perfeição, o que traz a fusão.
Fusão! Não passes de leve por tal termo, procura antes
aprofundar-te nesse conceito de que também o amadurecimento e a perfeição são
alcançados por meio da fusão. Essa sentença repousa em toda a Criação, como uma
preciosidade que quer ser descoberta! Acha-se intimamente ligada à lei de que
somente no dar também se pode receber! E o que condiciona a exata compreensão
dessas sentenças? Isto é, a vivência? O amor! E por isso o amor constitui também
a força máxima, como poder ilimitado dentro do mistério do grande existir!
Assim como a fusão, no caso dum único pensamento, forma, amolda
e lapida, assim se dá com o próprio ser humano e com toda a Criação, que na
interminável fusão de formas individuais existentes passa por transformações,
devido à força de vontade, tornando-se assim o caminho para a perfeição.
Um ser isolado não pode oferecer-te a perfeição, mas sim a
humanidade toda, na pluralidade de suas características! Cada qual tem algo que
pertence de maneira incondicional ao conjunto. Daí acontecer também que uma
pessoa que já atingiu amplo progresso, já não conhecendo mais nenhuma cobiça
terrena, sinta amor pela humanidade inteira e não por um ser isolado, visto que
somente a humanidade toda consegue fazer vibrar em harmoniosa sinfonia
celestial as cordas de sua alma amadurecida, libertadas através da purificação.
Traz harmonia dentro de si, porque todas as cordas vibram!
Voltemos ao pensamento que atraiu para si as formas alheias e
que assim se foi tornando cada vez mais forte: acaba finalmente elevando-se
para cima de ti em cerradas ondas de força, rompe a aura da tua própria pessoa
e passa a exercer influência sobre um âmbito mais amplo.
A isso a humanidade cognomina magnetismo pessoal. Os leigos
dizem: “Irradias algo!” Conforme a espécie, trata-se de algo agradável ou
antipático, atraente ou repulsivo. Mas sente-se!
Contudo, não irradias nada! O fenômeno que ocasionou tal
sensação nos outros origina-se no fato de atraíres magneticamente tudo o que
tem afinidade espiritual contigo. É esse atrair que as pessoas próximas sentem.
É que nisso também reside a ação recíproca. Assim, nesse contato, essa outra
pessoa sente então nitidamente a tua força, nascendo através disso a
“simpatia”.
Continua...
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