ERA
UMA VEZ…! - Parte
XIV
As
pessoas se lastimam e gritam alto, vêem com asco de que maneira as
excrescências do materialismo se exibem em formas quase
inacreditáveis. Imploram e rogam pela libertação do sofrimento,
pela melhora, pela cura desse declínio ilimitado. Os poucos que
ainda puderam salvar qualquer sentimento de vida de suas almas, dessa
tempestade de acontecimentos incríveis, que não se sufocaram
espiritualmente na decadência geral que traz com orgulho ilusório
na testa o nome de “progresso”, sentem-se como expulsos,
retardatários, e como tal são considerados e ridicularizados por
seus acompanhantes sem alma da época moderna.
Uma
coroa de louros a todos quantos tiveram a coragem de não se juntar
às massas! Que
altivamente se detiveram rente à rampa íngreme que levava para
baixo!
É
um sonâmbulo
aquele
que por isso ainda se considera hoje um infeliz! Abri
os olhos! Pois
não vedes que tudo o que vos oprime já é o começo do repentino
fim do materialismo que atualmente só domina de maneira aparente? A
construção inteira já está para ruir, sem a participação dos
que nela sofreram e ainda estão sofrendo. A humanidade do raciocínio
tem agora de colher aquilo que durante milênios gerou, alimentou,
criou e adulou.
Na
contagem humana um longo período, para as mós automáticas de Deus
na Criação um breve lapso de tempo. Para onde olhardes só dareis
com o malogro. Recua e se levanta ameaçadoramente em onda, como uma
pesada muralha, para em breve desfazer-se, despencando e soterrando
fundo os seus adoradores. Trata-se da lei inexorável da
reciprocidade, que há de mostrar-se terrível nesse desencadeamento,
porque durante milênios, apesar de múltiplas experiências, não
houve a mínima alteração para algo mais elevado, e sim, pelo
contrário, foi alargado ainda mais o mesmo caminho errado.
Desalentados,
o tempo é chegado! Levantai a fronte que tantas vezes tivestes de
baixar sob o peso da vergonha, sempre que a injustiça e a estupidez
vos infligiram tão profundo sofrimento. Encarai hoje calmamente o
adversário, que assim quis subjugar-vos!
As
vestes pomposas de até agora já estão bem estraçalhadas. Através
de todos os seus buracos já se vê finalmente a figura em sua forma
verdadeira. Incerto, mas nem por isso menos arrogante, torna-se
visível o fatigado produto do cérebro humano, o raciocínio, que se
deixou elevar a espírito... sem compreender!
Tirai
sossegadamente a venda e olhai mais nitidamente em redor de vós. Um
olhar de relance por alguns bons jornais geralmente basta para dar
uma visão clara de toda uma série de coisas. Ver-se-á um esforço
paroxístico para se agarrarem ainda a todas as velhas aparências.
Procura-se com arrogância e não raro com sarcasmos grosseiros
encobrir toda essa incompreensão que cada vez se exterioriza mais
nitidamente. Muitas vezes uma pessoa se esforça, empregando
expressões insípidas, para julgar algo, do que, na realidade, não
possui terminantemente sequer um vislumbre de discernimento.
Até
mesmo pessoas com qualidades assaz boas debandam desanimadas para
caminhos pouco limpos, somente para não terem de confessar que
muitas coisas ultrapassam a capacidade de compreensão de seu próprio
raciocínio, sobre o qual se apoiavam exclusivamente até bem pouco
tempo. Não percebem quanto é ridículo seu procedimento, não vêem
a nudez que dessa maneira só ajudam a aumentar. Confusos, ofuscados,
em breve enfrentarão a verdade, olhando entristecidos para sua vida
estragada, reconhecendo assim envergonhados que não passa de
estupidez o que era tido como sabedoria.
Até
que ponto já se chegou hoje? Trunfo
é o atleta! Acaso
um investigador sério, que levou decênios lutando para afinal
descobrir um soro que salva anualmente centenas de milhares de
pessoas, protegendo-as, adultos e menores, contra os perigos de
doenças fatais, acaso já se viu tal pessoa poder ter festejados
tamanhos triunfos, como um boxeador que vence por processo
inteiramente material e bruto seu adversário? Acaso uma única alma
humana
lucrará com isso? Só terrenal, completamente terrenal, isto é,
inferior
em
toda a obra da Criação! Correspondendo inteiramente ao bezerro de
ouro do trabalho do raciocínio. Como triunfo desse príncipe
fictício de barro, tão preso à Terra, sobre a restrita humanidade.
— —
E
ninguém vê esse resvalar tempestuoso rumo ao abismo horrendo!
Continua...
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