MORALIDADE - Parte I
Sobre a
humanidade paira como que uma escura nuvem de tempestade. Sufocante está a
atmosfera. De modo apático, sob pressão abafada, trabalha a capacidade de
intuição de cada um. Somente os nervos se encontram excessivamente tensos,
atuando sobre a sensibilidade e os instintos do corpo. Estimulados
artificialmente pelos erros duma educação falsa, duma concepção errônea e
auto-ilusão.
O ser humano de
hoje não é a tal respeito um ser normal, mas sim traz consigo um instinto
sexual doentio, muito aumentado, que procura exaltar, adorando-o por centenas
de formas e maneiras, o que acarretará a perdição da humanidade inteira.
Sendo tudo isso
contagioso e transmissível como um hálito pestífero, acabará com o tempo
atuando também sobre aqueles que procuram prender-se ainda angustiosamente a um
ideal, cujos vislumbres ainda enxergam no esconderijo da semiconsciência.
Estendem, sim, ansiosos os braços para isso, mas desesperados acabam tornando a
baixá-los, suspirando sem esperança, quando voltam o olhar para o que os cerca.
Vêem apavorados e
impotentes com que velocidade se vai toldando a visão clara em relação à
moralidade e imoralidade, perdendo a faculdade de discernimento, modificando a
pauta dos conceitos nisso e, de tal modo, que muito daquilo que não faz muito
tempo causava repugnância e desprezo, rapidamente passa a ser admitido como
inteiramente natural, já não escandalizando mais.
Mas o cálice em
breve estará cheio até as bordas. Há de sobrevir um terrível despertar.
Mesmo agora já se
nota às vezes, entre essas massas fustigadas pelos instintos, um repentino e
tímido encolhimento, inteiramente inconsciente e irrefletido. A incerteza se
apodera por um instante de mais de um coração; contudo, não ocorre um
despertar, uma noção nítida de sua atuação indigna. Acode então um zelo
redobrado para jogar fora ou então abafar tais “fraquezas” ou “últimos
resquícios” de conceitos antiquados.
Progresso a todo
o custo! Mas progredir é possível em duas direções. Para cima ou para baixo.
Conforme a escolha feita. E conforme a situação presente, conduz com velocidade
sinistra para baixo. O choque terá de arrebentar os que assim embarafustam para
baixo, quando soar a hora em que eles se batem contra uma resistência forte.
A nuvem de
tempestade se condensa cada vez mais sinistramente nesse ambiente abafadiço. A
qualquer momento é de se esperar o primeiro relâmpago, que rasga e clareia a
escuridão, que ilumina flamejantemente o que está mais escondido, com uma
inexorabilidade e agudeza que traz em si libertação para aqueles que anseiam
pela Luz e clareza, trazendo, porém, destruição para aqueles que não mais têm
anseio pela Luz.
Quanto mais tempo
dispuser essa nuvem para densificar sua escuridão e pesadume, tanto mais
penetrante e apavorante será o raio produzido por ela. Desaparecerá a atmosfera
frouxa e branda que esconde nas dobras de sua indolência cobiças viscosas, pois
seguir-se-á ao primeiro relâmpago naturalmente uma corrente de ar fresco e
sadio, trazendo vida nova. Na claridade fria da Luz tornar-se-ão nítidas, de
chofre, diante dos olhares da humanidade horrorizada, todas as monstruosidades
da fantasia mórbida de suas mentiras de falso brilho.
Como o abalo de
um poderoso trovão será o despertar nas almas, de modo que o manancial de água
vivificante da Verdade pura possa jorrar bramante sobre o solo assim preparado.
O dia da liberdade desponta. Libertação do jugo de imoralidade que desde
milênios existiu e agora chegou à máxima florescência.
Continua...
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