Refleti,
como poderia a ciência, tão arduamente aprendida, levar à divindade? Que é o
saber, na realidade? Saber é o que o cérebro pode compreender. Quão
restrita e limitada é, contudo, a capacidade de compreensão do cérebro, que tem
de continuar ligado firmemente ao espaço e ao tempo. Já a eternidade e o
sentido do infinito não consegue um cérebro humano abranger. Exatamente isso,
que se acha ligado inseparavelmente à divindade.
Silencioso,
porém, permanece o cérebro, diante dessa força inapreensível que interpenetra
tudo o que existe e da qual ele próprio haure sua atividade. A força que todos
sentem dia após dia, hora após hora, cada momento, como algo evidente, que a
própria ciência sempre reconhece existir, e que com o cérebro, portanto, com o
saber e o raciocínio, se procura em vão alcançar e aprender.
Assim,
pois, é incompleta a atividade de um cérebro, essa pedra fundamental e
instrumento da ciência; e essa limitação se faz sentir logicamente também
através das obras que constrói, isto é, através de todas as ciências. Por
conseguinte, a ciência é útil como complemento, para uma compreensão
melhor, para subdividir e classificar tudo quanto ela recebe pronto da força
criadora precedente, tendo porém que malograr incondicionalmente, se pretender
se arrogar a guia ou crítica, enquanto se prender, como até agora, tão
firmemente ao raciocínio, isto é, à faculdade de compreensão do cérebro.
É por
esse motivo que a erudição, e também a humanidade que por ela se orienta,
permanecem sempre presas a pormenores, ao passo que cada ser humano traz em si,
como dádiva, o grande todo inapreensível que o capacita completamente, sem
ensinamentos cansativos, a atingir o que há de mais nobre e sublime!
Portanto,
fora com o tormento inútil da escravidão espiritual! Não é em vão que o grande
Mestre exclama: Sede como as crianças!
Quem
possui em si firme vontade para o bem e se esforça por outorgar pureza a seus
pensamentos, esse já achou o caminho para o Altíssimo! E assim, tudo o
mais lhe será concedido. Para tanto não precisa nem de livros ou esforço
espiritual e nem de penitência ou isolamento. Torna-se sadio de corpo e alma,
livre de toda a pressão de sofismas malsãos, pois qualquer exagero prejudica.
Deveis ser criaturas humanas, e não plantas de estufa, que devido a
desenvolvimento unilateral logo sucumbem às primeiras rajadas de vento!
Despertai!
Olhai em redor! Ouvi vosso íntimo! Isso, por si só, pode abrir o caminho!
Não
deis atenção às brigas das igrejas. O grande portador da Verdade, Cristo Jesus,
a corporificação do amor divino, não perguntou pelas religiões. Que são hoje as
religiões? Tolhimentos do espírito livre do ser humano, escravização da
centelha de Deus que habita em vós*;
dogmas que procuram restringir a obra do Criador e também Seu amor imenso nas
formas estreitas do sentido humano, o que equivale a rebaixamento e
desvalorização proposital da idéia do divino.
Todo
o investigador sincero repele esse procedimento, pois através dele jamais
poderá vivenciar a grande realidade, deixando cada vez mais desesperançado seu
anseio pela Verdade, fazendo-o por fim desesperar de si e do mundo!
Por
conseguinte, despertai! Destruí os muros dogmáticos dentro de vós, arrancai a
venda para que a Luz pura do Altíssimo possa atingir-vos intacta. Erguer-se-á
então, jubiloso, o vosso espírito até às alturas, participando com alegria do
grande amor do Pai, que desconhece quaisquer fronteiras do raciocínio
terrestre. Sabereis finalmente que sois uma parte desse amor e o compreendereis
sem esforço e completamente; unir-vos-eis a ele, e assim diariamente ganhareis,
hora após hora, novas forças, como uma dádiva, que vos permitirá sair da
confusão com toda a naturalidade.
FIM.
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