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MATRIMÔNIOS são contraídos no céu! Essa frase é proferida muitas vezes com raiva e amargura pelos casados.
Mas também é dita com hipocrisia pelos que se encontram mais afastados do céu. O resultado natural é que a respeito dessa frase somente se encolhem os ombros, se ri, se fazem troças e até mesmo se escarnece.
Isso se torna compreensível em vista dos muitos matrimônios que uma pessoa chega a conhecer no decorrer dos anos, em seu ambiente mais próximo ou afastado. Os escarnecedores têm razão. Só que seria melhor não escarnecer dessa expressão, mas dos próprios matrimônios! São esses que em sua maioria merecem não apenas troça e escárnio, mas até desprezo.
Os matrimônios, conforme se apresentam hoje, bem como há séculos, solapam a verdade da citada frase, não permitindo que alguém acredite nela. Representam, infelizmente, com apenas raríssimas exceções, um estado nitidamente imoral, ao qual não se pode dar um fim suficientemente rápido, para resguardar milhares dessa vergonha, à qual, de acordo com os costumes da época atual, acorrem cegamente. Supõem que não pode ser de outra forma, porque assim é usual. Acresce ainda que exatamente na época atual tudo está talhado até a falta de pudor, a fim de turvar e sufocar cada intuição mais pura. Ser humano algum pensa em tornar a personalidade, também através do respeito pelo corpo, naquilo que deveria ser, pode ser e terá de ser.
O corpo, assim como a alma, tem de ser algo precioso, portanto intangível, que não se põe à vista como engodo. E por isso, na Terra, também a esse respeito o corpo não é separável da alma. Ambos têm de ser, concomitantemente, estimados e resguardados como algo intangível, se devam ter algum valor. Do contrário tornam-se trapos que sujam, que apenas merecem ser atirados para um canto, a fim de pertencer barato ao primeiro trapeiro que apareça.
Se surgisse hoje na Terra um exército de tais trapeiros e arrematadores, encontrariam uma quantidade inimaginável desses trapos. A cada passo encontrariam novos montes já à sua espera. E tais arrematadores e trapeiros já deambulam de fato por aí, em densos bandos. São os emissários e instrumentos das trevas, que se apoderam, vorazmente, das presas fáceis, a fim de arrastá-las, triunfalmente, cada vez mais para baixo, para o seu reino escuro, até que tudo os encubra com negror e não possam achar, nunca mais, o caminho de volta para a Luz.
Não é de admirar que todos riam, tão logo alguém ainda fale seriamente que matrimônios são contraídos no céu!
O casamento civil nada mais é do que um simples ato comercial. Os que se ligam por meio dele, não o fazem a fim de se dedicarem a uma obra em comum com seriedade, que eleve o valor intrínseco e extrínseco das pessoas em questão, que vise conjuntamente altas finalidades e com isso traga bênção a elas próprias, à humanidade e a toda a Criação, mas sim como um simples contrato, mediante o qual se asseguram reciprocamente quanto ao lado material, a fim de que a mútua entrega corporal possa acontecer sem considerações calculistas.
A mulher ocupa em tudo isso um lugar degradante. Em oitenta por cento dos casos, ela se empreita ou se vende simplesmente a serviço do homem, que não procura uma companheira de igual valor, mas sim um objeto de contemplação, uma governanta barata e obediente que lhe torne o lar agradável e com a qual ele também, sob o manto duma falsa honestidade, possa conjuntamente e sem perturbações satisfazer seus desejos.
Muitas vezes, por motivos mínimos, as jovens abandonam a casa dos pais, a fim de contrair núpcias. Às vezes se sentem cansadas da casa dos pais, desejam um ambiente de atuação no qual elas mesmas possam dar ordens. Outras acham interessante representar o papel de uma jovem senhora, ou esperam uma vida mais movimentada. Acreditam talvez chegar a condições materiais melhores.
Identicamente existem casos em que moças contraem núpcias por mero capricho, para com isso irritar outrem. Também instintos puramente corporais dão motivo para casamento. Por falsas leituras, conversas e brincadeiras, foram despertados e artificialmente cultivados.
Raramente se trata de verdadeiro amor anímico que as induz a dar esse passo, que é o mais sério de todos na vida terrena. As moças, sob a zelosa assistência de muitos pais, são “espertas demais” para se deixarem guiar somente por intuições mais puras, mas com isso correm justamente ao encontro da infelicidade. Essas têm a recompensa de sua superficialidade, em parte, já no próprio matrimônio. Mas só em parte! O amargo vivenciar dos efeitos recíprocos, como conseqüência de tais matrimônios errados, vem muito mais tarde, pois o mal principal nisso encontra-se nas perdas levianamente provocadas desse modo, em detrimento de possível progresso.
Muitas vidas terrenas ficam assim inteiramente perdidas para a verdadeira finalidade da existência pessoal. Isso ocasiona ainda até mesmo um grave retrocesso, que por sua vez terá de ser recuperado penosamente.
Quão diferente, quando um matrimônio é contraído em bases certas e se desenvolve harmoniosamente! Alegres, um a serviço espontâneo do outro, crescem lado a lado para cima, para enobrecimento espiritual, encarando sorridentes, ombro a ombro, as dificuldades terrenas. O matrimônio passa então a ser um lucro para a existência inteira, devido à felicidade. E nessa felicidade encontra-se um impulso para cima, não apenas individual, mas para toda a humanidade!
Ai, portanto, dos pais que impelem seus filhos a matrimônios errados por persuasão, astúcia ou obrigações provenientes de motivos da razão. O peso da responsabilidade, que nisso alcança mais longe do que apenas o próprio filho, recai, mais cedo ou mais tarde, tão fortemente sobre eles, que desejariam nunca haver tido “idéias tão brilhantes”.
O casamento religioso representa para muitos apenas uma parte dos meros festejos terrenos. As próprias igrejas ou os seus representantes aplicam a sentença: “O que Deus uniu, a criatura humana não deve separar!”
Nos cultos religiosos predomina a idéia básica de que ambos os noivos, pela cerimônia de um casamento, serão unidos por Deus. Os “mais adiantados” são, em vez disso, de opinião de que os dois que contraem matrimônio serão dessa forma unidos perante Deus. A última interpretação pelo menos tem maior justificativa do que a primeira.
Com essas palavras, porém, não se deseja tal interpretação! Elas devem dizer algo totalmente diferente. Com isso fica fundamentado o fato de que matrimônios são realmente contraídos no céu.
Afastando-se dessa frase todos os falsos conceitos e interpretações, cessa logo qualquer razão para risos, zombarias ou sarcasmos, e o sentido jaz diante de nós em toda a sua seriedade e em sua inalterável verdade. Mas a conseqüência natural é então o reconhecimento de que os matrimônios são idealizados e desejados de modo completamente diferente do que os de hoje, isto é, que um matrimônio só deve ser contraído sob pressuposições totalmente diferentes, com aspectos e convicções inteiramente diferentes e com propósitos totalmente puros.
“Os matrimônios são contraídos no céu” demonstra, em primeiro lugar, que já com a entrada na vida terrena cada pessoa traz consigo determinadas qualidades, cujo desenvolvimento harmonioso só pode ser efetuado por pessoas de qualidades correspondentes. Mas tais qualidades correspondentes não são as mesmas, e sim aquelas que completam e que mediante essa complementação se tornam de pleno valor.
Nesse pleno valor, porém, ressoam todas as cordas num acorde harmonioso. Se, contudo, uma parte se torna de pleno valor através de outra, também essa outra parte, que se achega, torna-se, através da segunda, identicamente, de pleno valor e, na união de ambas, isto é, no convívio e no atuar, soará esse harmonioso acorde. Assim é o matrimônio que foi contraído no céu.
Com isso, porém, não fica expresso que para uma pessoa seria adequada, para um matrimônio harmonioso, somente uma bem determinada pessoa na Terra, mas geralmente existem várias que trazem em si o complemento para a outra parte.
Não é necessário, portanto, que se peregrine pela Terra durante décadas para encontrar essa segunda parte que realmente combine e seja o complemento. Bastará tão-só empregar para tanto a necessária seriedade, ficar com os olhos, os ouvidos e o coração abertos e, principalmente, desistir das atuais condições preliminares, consideradas exigências para um casamento. Justamente aquilo que hoje é válido não deve prevalecer.
Um matrimônio sadio necessita de trabalho em comum e de finalidades elevadas tão indispensavelmente como um corpo sadio de movimentação e de ar fresco. Quem contar com comodidade e a maior despreocupação possível, querendo nessa base construir vida em comum, terá de colher no fim somente um estado doentio com todos os fenômenos colaterais. Por isso procurai, finalmente, firmar casamentos que sejam contraídos no céu. Então a felicidade vos alcançará!
Contraído no céu significa estarem predestinados um para o outro, já antes ou com a entrada na vida terrena. A predestinação consiste, porém, apenas nas qualidades trazidas, com as quais as duas partes se completam mútua e integralmente. Estas são, desse modo, destinadas uma para a outra.
Serem destinadas pode também ser expresso “que combinam uma com a outra”, completando-se, portanto, realmente. Nisso reside a destinação.
“O que Deus uniu, a criatura humana não deve separar.”
A incompreensão desse ditame de Cristo já provocou muitos males. Muitos até agora supunham o casamento como: “O que Deus uniu”. O casamento até agora, praticamente, nada teve a ver com o sentido de tais palavras. O que Deus une é um enlace no qual se preenchem as condições que uma harmonia plena exige, que, portanto, é contraído no céu. Se a esse respeito foi dada ou não uma permissão do Estado e da Igreja, em nada altera o caso.
Logicamente é necessário enquadrar-se também aí na ordem civil. Se um enlace assim firmado for ainda ratificado com a cerimônia de casamento pelo respectivo culto religioso, em correspondente devoção, é bem natural que esse enlace adquira consagração muito mais elevada, pela disposição interior dos participantes, propiciando vigorosas e legítimas bênçãos espirituais ao casal. Tal matrimônio terá sido então de fato realizado por Deus e perante Deus e contraído no céu.
Vem a seguir a advertência: “A criatura humana não deve separar!” Como tem sido amesquinhado também o alto sentido dessas palavras.
Aí, no entanto, a verdade evidencia-se tão claramente! Onde quer que exista uma união que foi contraída no céu, isto é, onde dois se completem de tal modo, que surja um acorde harmonioso total, lá nenhuma terceira pessoa deve tentar provocar uma separação. Seja introduzindo uma desarmonia, tornando impossível uma união ou provocando uma separação, não importa, tal procedimento seria pecado. Um agravo que, em seu efeito recíproco, tem de aderir pesadamente ao autor, uma vez que com isso são atingidas, simultaneamente, duas pessoas e com estas também as bênçãos que se teriam espalhado, através da felicidade delas, no mundo de matéria grosseira e no de matéria fina.
Há nessas palavras uma verdade singela que se torna reconhecível por qualquer lado. A advertência visa proteger apenas aquelas uniões que foram contraídas no céu, devido às condições prévias já antes mencionadas e confirmadas pelas propriedades anímicas trazidas, que mutuamente se completam.
Entre essas, nenhuma terceira pessoa deve intrometer-se, nem mesmo os pais! Os dois interessados, eles próprios, nunca terão a idéia de desejar uma separação. A harmonia divina, que forma a base, devido às suas mútuas propriedades anímicas, não deixará que surja tal pensamento. A sua felicidade e a estabilidade de seu matrimônio estão assim de antemão garantidas.
Se houver solicitação de separação por parte de um dos cônjuges, com isso dará este a melhor prova de que não existe a necessária harmonia; o matrimônio, portanto, não pode ter sido contraído no céu. Em tal caso um matrimônio deveria ser desfeito categoricamente; para elevação da autoconsciência moral de ambos os cônjuges, que vivem em tal ambiente insano.
Tais matrimônios errados constituem hoje a grande maioria. Esse estado pernicioso decorre, principalmente, do retrocesso moral da humanidade, bem como do culto predominante do raciocínio.
A separação daquilo que Deus uniu não se refere, porém, apenas ao matrimônio, mas também à aproximação anterior de duas almas que poderiam, por suas propriedades complementares, desenvolver somente harmonia, portanto, que estão predestinadas uma à outra. Uma vez concluído tal enlace e procurando uma terceira pessoa imiscuir-se por meio de difamações ou por semelhantes meios conhecidos, então tal intenção é adultério consumado!
O sentido das palavras: “O que Deus uniu, a criatura humana não deve separar” é tão simples e claro que é difícil compreender como pôde surgir a esse respeito uma acepção errônea. Isso só foi possível mediante a separação errada entre o mundo espiritual e o mundo terreno, com o que a conceituação estreita do raciocínio conseguiu se impor, e a qual jamais resultou em valores reais.
Do espiritual foram dadas essas palavras, portanto, apenas no espiritual elas podem encontrar seu verdadeiro esclarecimento!
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