MENSAGEM DO GRAAL DE ABDRUSCHIN
A PALAVRA HUMANA
COMO uma grande graça, para o vosso amadurecimento na matéria grosseira, vos foi concedido o dom, criaturas humanas, de formar palavras! Jamais destes o merecido apreço a essa dádiva, porque não vos esforçastes para isso, e levianamente vos utilizastes dela. Assim tendes de sofrer agora amargas conseqüências da vossa atuação errada.
Tal sofrimento já vos aflige, e, todavia, ainda ignorais as causas que trazem como conseqüência esse sofrimento.
Ninguém deve brincar com as dádivas do Todo-Poderoso, sem prejudicar a si mesmo, assim é determinado pela lei que se encontra atuando na Criação e que jamais se deixa confundir.
E se pensardes que esse dom de falar, isto é, a vossa faculdade de formar palavras, as quais transmitem pela linguagem a vossa vontade à matéria grosseira, constitui uma dádiva extraordinária do vosso Criador, então sabereis também que daí vos decorrem obrigações que resultam numa gigantesca responsabilidade; sim, pois com o idioma e através dele deveis atuar na Criação!
As palavras que formais, as frases, moldam vosso destino exterior sobre a Terra. São como sementeiras num jardim que cultivais em redor de vós, pois cada palavra humana pertence ao mais vivo que vós podeis fazer em vosso favor nesta Criação.
Hoje vos ofereço para refletirdes esta advertência: Há em cada palavra dispositivos desencadeantes, porque todas elas estão ancoradas fortemente nas leis primordiais da Criação!
Cada palavra que o ser humano formou originou-se sob a pressão de leis mais altas, e, segundo sua aplicação, tem de atuar formando numa bem determinada espécie!
A aplicação jaz na mão do ser humano segundo sua livre vontade, já os efeitos, porém, ele não consegue dominar, pois são dirigidos com rigorosa justiça de acordo com a sagrada lei, por uma força até então desconhecida dele.
Por isso, agora, na última prestação de contas, um grande sofrimento cairá sobre cada criatura humana que tiver abusado dos efeitos misteriosos da palavra!
Onde está, porém, tal criatura humana que aí ainda não tenha pecado! Toda a geração terrena está profundamente presa a essa culpa desde milênios. Que males já foram lançados sobre a Terra com a aplicação errada dessa dádiva de poder falar!
Com a tagarelice destruidora e leviana, todos os seres humanos semearam veneno. A semente brotou direito, chegou à floração total e dá agora os frutos que deveis colher, quer queirais ou não, pois são todos conseqüências de vosso atuar que agora vos serão lançados no regaço!
Que esse veneno tem de produzir os mais repugnantes frutos é fato que não surpreenderá quem conhecer as leis da Criação, leis que não se regem segundo as opiniões humanas, e sim prosseguem calma e inexoravelmente seus grandes percursos, sem desvios, desde o começo dos tempos até toda a eternidade, sem alteração.
Olhai à vossa volta, criaturas humanas, claramente e sem preconceitos: tendes de reconhecer sem mais nada as divinas leis automáticas da vontade sacrossanta, já que tendes diante de vós os frutos de vossa semeadura! Para onde quer que olheis, aí está hoje no auge o falatório altissonante, comandando tudo. Essa sementeira tinha que dar depressa tal floração, para mostrar agora no amadurecimento seu verdadeiro núcleo, ruindo a seguir por ser inutilizável.
Tinha de amadurecer sob a aumentada pressão da Luz, tem de crescer com rapidez como numa estufa, para em sua vacuidade, perdendo todo e qualquer apoio, cair soterrando tudo embaixo de si, tudo quanto por confiança leviana e esperança egoística imaginou estar abrigado sob sua proteção.
O tempo da colheita já se iniciou! Eis que recaem todas as conseqüências do falar errôneo sobre cada um, individualmente, como também sobre a coletividade que fomentou tal palavrório.
O amadurecimento para a colheita traz também consigo, naturalmente, mostrando a severa lógica dos efeitos das leis divinas, que agora, no fim, os maiores palradores devem obter a mais forte influência e o maior poder, como ápice e frutos do constante emprego errado da palavra, cuja misteriosa atuação a tola humanidade não mais pôde conhecer, porque desde muito se fechou para esse saber.
Ela não deu ouvidos à voz de Jesus, Filho de Deus, que já outrora advertindo falou:
“Vossa fala seja sim ou não, pois tudo o que transcende disso é do mal!”
Reside nestas palavras algo mais do que pensais, pois encerram ascensão ou decadência para a humanidade!
Com o vosso pendor para o falar demasiado e inútil, escolhestes a decadência, que já vos atingiu. Ela vos mostra antes do soçobro geral por ocasião do Juízo, bem nitidamente, para facilitar o reconhecimento salvador, todos os frutos que com o emprego errôneo da palavra arrastastes para vós.
O poder da reciprocidade ergue agora os mestres de vossos próprios pecados ao ápice, pairando a ameaça de serdes esmagados por isso, para que no reconhecimento finalmente vos liberteis disso ou nisso pereçais.
Isso é justiça e ao mesmo tempo auxílio, como só a vontade de Deus em Sua perfeição vos pode oferecer!
Olhai ao vosso redor! Tendes de reconhecer, se apenas quiserdes. E aqueles que ainda hesitam nisso, o véu que mantêm diante dos olhos lhes será tirado à força pelos frutos de seu querer, mediante maiores sofrimentos do que até agora, a fim de que a Terra seja purificada do peso de vossa grande culpa!
A humanidade inteira atuou nesse sentido e não apenas alguns isoladamente. São as flores de todo o atuar errado dos séculos passados, que hoje têm de amadurecer nestes últimos frutos para o Juízo, a fim de perecer com esse amadurecimento.
O falar leviano, insensato, irrefletido e sempre falso, que vibra contra as leis primordiais da Criação, teve de aumentar até a doença generalizada como hoje se apresenta, e em tremores febris, como na tempestade, tem agora de jogar os frutos... eles cairão no regaço da humanidade.
Nenhum povo que geme e sofre por isso pode ser lastimado, porque são os frutos de sua própria vontade que têm de ser saboreados, mesmo que sejam podres, amargos e ocasionem a ruína de muitas pessoas, pois de uma seara venenosa também somente se pode colher veneno. Já disse: Se semeardes cardos não pode disso surgir trigo!
Da mesma forma, nunca resultará qualquer progresso construtivo através de discursos agitadores, zombarias e prejuízos de vosso próximo, pois cada espécie e maneira só pode fazer nascer a mesma coisa, só pode atrair também a espécie igual! Não deveis esquecer nunca esta lei da Criação! Ela se processa automaticamente e contra isso jamais conseguirá algo a vontade inteira da humanidade! Jamais, escutastes bem? Gravai isso em vós, para que o tenhais sempre na mente quando pensardes, falardes e agirdes, pois daí nasce tudo, e forma-se vosso destino! Portanto, nunca espereis outra coisa como fruto, senão a mesma espécie da sementeira!
Afinal, isso não é assim tão difícil de deduzir, e no entanto nisso errais sempre de novo! A injúria só pode trazer novamente injúria, o ódio só o ódio, o assassínio só o assassínio. Já, porém, a nobreza, a paz, a luz e a alegria só podem por sua vez originar-se de nobres maneiras de pensar, e nunca de outro modo.
A libertação e a salvação não jazem na gritaria isolada ou coletiva. Um povo que se deixa levar por palradores acabará infalivelmente e com razão caindo na má fama, na desgraça e na morte, na miséria e na calamidade; será atirado violentamente na sujeira.
E se a frutificação e a colheita até agora não se mostravam muitas vezes durante uma só existência terrena, e sim só em outras mais tardias, a coisa agora muda, pois o cumprimento da sagrada vontade de Deus força o imediato resgate de todos os acontecimentos na Terra e com isso também o desfecho de todos os destinos dos seres humanos e dos povos! Prestação final de contas!
Vigiai, portanto, a vossa palavra! Prestai cuidadosamente atenção ao vosso falar, pois também a palavra do ser humano é ação que pode criar formas, aliás, somente no plano da parte fina da matéria grosseira, e as quais, efetivando-se, penetram em tudo o que é terreno.
Não imagineis, contudo, que promessas se cumpram ou se realizem segundo o texto das palavras, quando quem fala não traz em sua alma as mais puras intenções, mas sim as palavras formam aquilo que simultaneamente com elas vibra no íntimo de quem as profere. Assim, a mesma palavra pode acarretar dualidade de efeitos e ai de onde ela não vibrar verdadeiramente e em plena pureza.
Retiro o véu da vossa ignorância de até agora, a fim de que, cientes das conseqüências más, possais vivenciá-las e delas extrair proveitos para o futuro.
Como auxílio, digo-vos ainda:
Atentai à vossa palavra! Que a vossa fala seja simples e verdadeira! Contém em si, pela sagrada vontade de Deus, a propriedade de formar, construindo ou também destruindo, segundo a espécie das palavras e daquele que as pronuncia.
Não desperdiceis essas elevadas dádivas que Deus cheio de graça vos outorgou, mas procurai reconhecê-las direito em seu valor total. A força do falar acarretou-vos até agora maldição, através daquelas pessoas que, como servidoras de Lúcifer, abusaram dela na pior conseqüência do raciocínio torcido e unilateralmente cultivado!
Acautelai-vos, portanto, com pessoas que falam muito, pois a decomposição as acompanha. Vós, porém, deveis tornar-vos construtores nesta Criação e não palradores!
Atentai à vossa palavra! Não faleis apenas por falar. Falai somente quando, onde e como for necessário! Deve haver nas palavras do ser humano um reflexo do Verbo de Deus, que é vida e que permanecerá eternamente vida.
Bem sabeis que a Criação toda vibra no Verbo do Senhor! Isso não vos dá o que pensar? A Criação vibra nele, como vós também, visto que sois parte da Criação, pois ela se originou dele e é sustentada através desse Verbo.
Já foi claramente revelado aos seres humanos que:
“No começo era o Verbo! E o Verbo estava junto de Deus! E Deus era o Verbo!”
Nisso repousa para vós todo o saber, se apenas o haurísseis. Mas ao lerdes passais por cima e não atentais nisso. Essa sentença vos diz nitidamente:
O Verbo veio de Deus. Foi e é uma parte Dele.
Um pequeno reflexo do poder do Verbo vivo de Deus, que tudo contém em si, que abrange tudo o que está fora de Deus, um pequeno reflexo disso reside também na palavra humana!
Em verdade, a palavra humana consegue emitir seu efeito somente até às camadas da parte fina da matéria grosseira, mas isto basta para formar aqui sobre a Terra, por ação de retorno, o destino das criaturas humanas e também dos povos!
Refleti nisso! Quem muito fala permanece apenas no solo do raciocínio torcido e unilateralmente cultivado! Uma coisa acompanha sempre a outra. Nisso o reconhecereis! E trata-se de palavras dos baixios terrenos, que nunca são capazes de construir. No entanto, a palavra deve construir segundo a lei divina. Onde ela não obedece a este mandamento, aí só poderá produzir o contrário.
Portanto, atentai sempre à vossa palavra! E sustentai vossa palavra! Para isso ainda vos será ensinado o caminho certo, na construção do reino de Deus aqui na Terra.
Urge, primeiramente, que aprendais a reconhecer a força das palavras que até agora só tendes desvalorizado de modo leviano e tolo.
Pensai somente uma vez na mais sagrada palavra que vos foi dada, na palavra: DEUS!
Falais muito em Deus, demais mesmo, como se nisso pudesse ressoar ainda aquela veneração, que deixa reconhecer que também sentis intuitivamente certo: aquela veneração que só vos permite sussurrar a sublime palavra em dedicada devoção, para protegê-la cuidadosamente de qualquer espécie de profanação.
Mas que fizestes, criaturas humanas, do mais sagrado de todos os conceitos dessa palavra! Em vez de preparar com humildade e alegria o vosso espírito para essa mais sublime expressão, para que ele gratamente se abrisse a uma indizível força de irradiação da inenteal sublimidade luminosa do verdadeiro existir, que vos outorga o dom de respirar, bem como a todas as criaturas, ousais arrastar para os baixios de vosso mesquinho pensar essa palavra, utilizando-a irresponsavelmente como uma palavra cotidiana, a qual, assim, só teve de formar em vossos ouvidos um som vazio, não conseguindo por isso achar entrada em vosso espírito.
É, portanto, evidente que essa mais sublime de todas as palavras se efetive aí de modo diferente do que naqueles que a sussurram com legítima veneração e reconhecimento.
Atentai, portanto, a todas as palavras, pois encerram alegria ou sofrimento para vós, constroem ou destroem, trazem clareza, mas também podem confundir, conforme a maneira como são proferidas e aplicadas.
Quero proporcionar-vos mais tarde também reconhecimento a tal respeito, para que possais agradecer mediante cada palavra que o Criador ainda vos permite proferir! Então devereis ser felizes terrenamente também, e a paz reinará aqui nesta Terra até agora tão inquieta.
MENSAGEM DO GRAAL
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