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NA LUZ DA VERDADE DE ABDRUSCHIN



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NA LUZ DA VERDADE: A MODERNA CIÊNCIA DO ESPÍRITO



MENSAGEM DO GRAAL DE ABDRUSCHIN

A MODERNA CIÊNCIA DO ESPÍRITO

 MODERNA ciência do espírito! Quanto não se acha reunido sob essa bandeira! Quanto não se encontra aglomerado e quantas lutas não se travam aí embaixo! Trata-se duma arena de sérias pesquisas, pouca sabedoria, grandes planos, vaidade, estupidez e muitas vezes também duma vazia fanfarronice e, mais ainda, de interesses comerciais sem escrúpulos. Não raro florescem dessa balbúrdia a inveja e o ódio sem limites, redundando por fim em pérfidas vinganças da mais baixa classe.

 Em tais circunstâncias, não é de admirar, por conseguinte, que muitas pessoas se esquivem de todo esse pandemônio, como se fossem se envenenar, caso entrassem em contato com isso. E nem se diga que não têm razão, pois inúmeros adeptos da ciência do espírito nada mostram em sua conduta que atraia ou empolgue realmente; pelo contrário, tudo neles desperta nos outros a maior cautela.

É curioso que todo o domínio da denominada ciência do espírito, confundida muitas vezes pelos malévolos ou pelos ignorantes com as ciências ocultas, constitua ainda hoje uma espécie de terra livre, onde qualquer pessoa pode introduzir suas idéias e confusões, desimpedida e irrefreavelmente, sem incorrer em castigo.

Vale por isso. Contudo, as experiências já ensinaram bastantes vezes que isso não é assim!

Inúmeros desbravadores nesse domínio, que tiveram a suficiente leviandade de ousar alguns passos por aí adentro, contando apenas com conhecimentos imaginários, tornaram-se vítimas indefesas de seu descuido. E não deixa de ser lamentável que tantas vítimas tenham caído, sem que com isso pudesse ser proporcionado o mínimo lucro para a humanidade!

Cada um desses casos, propriamente, deveria ter sido uma prova de que o caminho tomado não é o certo, visto ocasionar só malefícios e até destruição, e nunca bênção alguma. No entanto, com uma teimosia toda especial são mantidos esses falsos caminhos e feitos sempre novos sacrifícios; ante cada grãozinho de qualquer evidência reconhecida na gigantesca Criação, levanta-se enorme gritaria e escrevem-se inúmeras dissertações, que devem espantar muitos pesquisadores sinceros, porque aí se torna nitidamente sensível um tatear incerto.

Todas as pesquisas empreendidas até agora, na realidade, podem ser chamadas de uma perigosa brincadeira com um fundo de boa intenção.

O setor da ciência do espírito, encarado como campo livre, nunca poderá ser percorrido impunemente, enquanto previamente não se souber levar em conta as leis espirituais em toda a sua amplitude. Toda e qualquer oposição consciente ou inconsciente, isto é, a “não-observância” das mesmas, o que equivale a uma transgressão, atingirá, por efeito de retorno inevitável, os ousados, frívolos ou levianos que não as consideram exatamente ou que não conseguem considerá-las.

Querer percorrer o extraterreno com meios e possibilidades terrenas outra coisa não é senão deixar uma criança, ainda não desenvolvida e ainda não familiarizada com os perigos terrenos, numa mata virgem, onde apenas um adulto, correspondentemente aparelhado, em sua força plena e com toda a cautela, tenha probabilidades de passar incólume.

Não é diferente com relação aos modernos cientistas do espírito em seu atual modo de trabalhar, mesmo quando se tenham na conta de sinceros e que só por causa da ciência se atrevem a tanto, a fim de ajudar os seres humanos a transpor uma fronteira onde desde há muito estacionam, batendo na porta.

Como crianças esses pesquisadores se quedam ali, desamparados, tateando, ignorando os perigos que a qualquer momento podem sobrevir ou através deles irromper sobre outras pessoas, tão logo com suas experiências incertas cavem uma brecha ou abram uma porta na muralha de natural proteção que, para muitos, melhor fora se permanecesse fechada.

Tudo isso só pode ter a designação de leviandade, e não de ousadia, enquanto os que querem avançar assim não souberem exatamente se têm o poder de dominar imediatamente, de modo total, todos os perigos que se apresentarem, não apenas em defesa própria, mas também alheia.

De maneira a mais irresponsável agem os “pesquisadores” que se entregam a experiências. Sobre os crimes da hipnose, repetidas vezes já foram feitas referências.*

Os pesquisadores que empreendem experiências de outra espécie cometem na maioria dos casos o lamentável erro porque, nada sabendo a respeito — pois do contrário certamente não o fariam —, colocam outras pessoas muito sensíveis ou mediúnicas em sono magnético ou até hipnótico, a fim de com isso aproximá-las das influências corporeamente invisíveis do mundo do “Além”, na esperança de poder assim ouvir ou observar algo, o que em estado de completa consciência diurna das respectivas pessoas em experiência não seria possível.

No mínimo em noventa e cinco por cento dos casos expõem tais pessoas a grandes perigos, os quais estas não são capazes de enfrentar, sim, pois toda a sorte de recurso artificial de aprofundamento constitui uma restrição da alma, forçando-a assim a entrar num estado de sensibilidade que vai além do que o permitiria seu desenvolvimento natural.

A conseqüência é que tal vítima dessa experimentação se encontra de súbito animicamente num setor onde ela está privada de sua proteção natural devido aos meios artificiais usados, ou para o qual não possua uma proteção natural, que só pode surgir pelo próprio e sadio desenvolvimento interior.

Deve-se imaginar figuradamente tal pessoa, digna de lástima, como se fosse amarrada nua num poste e largada como chamariz numa região perigosa, a fim de atrair e até deixar atuar sobre si a vida e atuação ainda desconhecida, para poder dar um relato a respeito, ou para que diversos efeitos se tornassem visíveis também a outros, mediante a sua cooperação, colocando à disposição certos elementos terrenos de seu corpo.

Tal pessoa submetida à experiência consegue assim temporariamente, através da ligação que a sua alma impelida precisa manter com o corpo terreno, transmitir tudo o que acontece aos espectadores, como se fosse pelo telefone.

Se com isso, porém, a sentinela, posta assim mediante recursos artificiais em área avançada, vier a sofrer qualquer ataque, não conseguirá defender-se por falta de proteção natural, pois jaz lá desamparada de todos, porque através da cooperação de outrem fora colocada apenas artificialmente num setor ao qual ela ainda não pertence, ou absolutamente nem pertence, de acordo com seu próprio desenvolvimento. Tampouco o assim chamado pesquisador que a empurrou para lá, agindo por avidez de conhecimento, poderá socorrê-la, uma vez que ele próprio é estranho e inexperiente lá de onde vem o perigo, não podendo por isso fazer nada em prol de qualquer proteção.

Acontece, pois, que tais pesquisadores se tornam criminosos involuntariamente e sem que possam ser levados à justiça terrena. Isso não exclui, porém, que as leis espirituais exerçam seus efeitos retroativos com toda a severidade, acorrentando o pesquisador à sua vítima.

Assim, muitas dessas pessoas que se prestam a experiências sofrem agressões no mundo de matéria fina que, com o decorrer do tempo, muitas vezes também rápida ou imediatamente, atuam na matéria grosseira corporal, seguindo-se a isso doenças terrenas ou a morte, com o que, porém, os danos anímicos não ficam sanados.

Entretanto, esses observadores que se chamam pesquisadores e que empurram suas vítimas para regiões desconhecidas permanecem durante essas perigosas experiências, na maioria dos casos, bem acobertados terrenamente, sob a proteção de seus corpos e da consciência diurna.

Raro é o caso de tomarem parte simultaneamente nos perigos a que as pessoas são submetidas nas experiências, e que tais perigos, portanto, se estendam imediatamente sobre eles. Mas com a morte terrena, com o trespasse para o mundo de matéria fina, terão, seja como for, de acompanhar suas vítimas, por causa das interligações, onde quer que estas sejam arrastadas, só podendo, em conjunto com elas, lentamente elevar-se.

O empurrar artificial de uma alma para outro setor não deve ser entendido sempre como se tal alma abandonasse o corpo e flutuasse para outras regiões. Na maior parte dos casos ela permanece calmamente no corpo. Apenas fica sensibilizada pelo sono magnético ou hipnótico de maneira anômala, de modo a captar correntes e influências muitíssimo mais finas do que seria possível em estado natural.

É evidente que nesse estado anormal não existe toda a força de que disporia se tivesse chegado até esse ponto por si própria, através do desenvolvimento interior, e assim se manteria firme e segura nesse terreno novo e bem mais sutil, contrapondo a todas essas influências uma força igual.

Devido a essa falta de força plena e sadia, decorre pela artificialidade uma desigualdade, que tem de acarretar perturbações. Conseqüência disso é a absoluta turvação de todas as intuições, ocasionando deformações da realidade.

A causa dos falsos relatos e dos inúmeros erros decorre sempre e permanentemente desses mesmos pesquisadores que empregam recursos nocivos. Provém daí, outrossim, a falta de coerência e de lógica de muitas coisas já “pesquisadas” das regiões ocultas. Contêm inúmeros erros que até hoje não puderam ser reconhecidos como tais.

Por caminhos tão evidentemente errôneos, não será alcançado o mínimo sequer, que pudesse ter algo de útil ou benéfico para os seres humanos.

De proveito para os seres humanos só pode ser na realidade algo que os ajude para cima ou que, pelo menos, mostre um caminho para tanto. Mas tudo isso é de antemão e para sempre categoricamente impossível nessas experiências!

Usando recursos artificiais poderá, às vezes, um pesquisador conseguir afinal que uma pessoa de sensibilidade mais apurada ou mediúnica passe do corpo de matéria grosseira terrena para o mundo de matéria fina que se acha mais próximo dela; nunca, porém, mais alto um milímetro sequer do que o nível a que, de qualquer forma, ela pertença por sua conformação interior. Pelo contrário, usando recursos artificiais não conseguirá soerguê-la a esse nível, mas sempre tão-somente ao ambiente mais próximo de tudo quanto é terrenal.

Esse ambiente mais próximo do terrenal, porém, só pode conter do Além tudo aquilo que ainda se acha espessamente ligado à Terra, isto é, aquilo que devido à sua mediocridade, vícios e paixões permanece acorrentado a ela.

Naturalmente, também alguma coisa mais adiantada estará, aqui e acolá, de modo transitório nesse ambiente. Mas sempre, não é de se esperar. Algo elevado não pode encontrar-se aí, simplesmente por causa das leis naturais. Seria mais fácil o mundo sair dos seus eixos ou... seria preciso que houvesse numa pessoa uma base para ancoragem da Luz!

Não é admissível, porém, que isso se dê em uma pessoa que se submete à experiência ou em um pesquisador que assim tateia. Portanto, permanecem o perigo e a inutilidade de todas essas experiências.

É certo também que algo verdadeiramente elevado não pode se aproximar dum médium, sem a presença duma pessoa altamente desenvolvida, purificando tudo o que é mais grosseiro; menos ainda falar através do médium. Materializações de regiões mais elevadas não entram absolutamente em consideração, e muito menos ainda os passatempos engraçados e populares de batidas, movimentação de objetos e assim por diante. O abismo é para tanto grande demais, para poder ser transposto sem mais dificuldades.

Não obstante a presença de um médium, todas estas coisas só poderão ser efetuadas por aqueles do Além que ainda estejam mui estreitamente ligados à matéria. Se fosse possível de outro modo, isto é, que aquilo que é elevado se pudesse colocar facilmente em contato com a humanidade, então não teria havido necessidade de Cristo tornar-se ser humano, pelo contrário, poderia ter cumprido sua missão sem esse sacrifício.* Os seres humanos de hoje não se encontram, indubitavelmente, mais desenvolvidos animicamente do que no tempo em que Cristo viveu na Terra, não sendo, por conseguinte, de supor que uma ligação com a Luz seja mais fácil de se realizar do que naquela época.

Contudo, os adeptos da ciência do espírito dizem que visam em primeira linha averiguar a vida no Além, isto é, a continuação da vida depois da morte terrena, e que, devido ao ceticismo dominante atualmente dum modo geral, é necessária a utilização de armas fortes e grosseiras, isto é, provas terrenas palpáveis, a fim de abrir uma brecha na resistência do adversário.

Tal argumentação não justifica, porém, que almas humanas sejam sempre de novo expostas a riscos, assim tão levianamente!

Além disso, não há nenhuma necessidade premente, para que se queira convencer a todo o custo os adversários malévolos! É notório que estes não são propensos a acreditar, mesmo que um anjo descesse diretamente do céu para lhes anunciar a Verdade. Assim que o anjo fosse embora, estariam prontos a declarar que tudo não passara de uma ilusão coletiva, não tendo sido absolutamente um anjo; ou arranjariam qualquer outra escusa. E se alguma coisa ou uma pessoa for trazida, que continue na matéria, isto é, não desaparecendo outra vez nem se tornando invisível, recorrem eles a outras desculpas, justamente porque para os que não propendem a acreditar no mundo do Além isso seria outrossim demasiado terreno.

Não recuariam em classificar como fraude semelhante prova, de apontar tal ser humano como um lunático, um fantasista ou até mesmo como um impostor. Ou seria demasiadamente terrenal ou extraterreno ou as duas coisas juntas; sempre terão algo para reclamar ou duvidar. E não tendo mais a que recorrer, eis que lançam imundícies, passando a ataques mais fortes, não receando empregar violência.

Para convencer, pois, esses tais, não é adequado recorrer a sacrifícios! E menos ainda para muitos dos assim chamados adeptos. Estes julgam, devido a uma singular espécie de arrogância e a uma crença na vida do Além, crença essa na maioria dos casos confusa e fantástica, ter o direito de apresentar determinadas exigências para, por sua vez, “ver” ou “vivenciar” algo. Esperam de seus guias sinais do Além, como recompensa por seu bom comportamento.

Tornam-se até ridículas, muitas vezes, as expectativas evidentes que vivem expondo, bem como os sorrisos benevolentes com ares de sabedoria com que deixam transparecer a própria ignorância. É veneno querer dar ainda espetáculos a essas massas, pois por se julgarem muito sapientes, apenas consideram tais experiências no máximo como horas de divertimento bem merecido, para o que os do Além devem concorrer como artistas de circo.

Abandonemos, porém, as experiências de grande teor e examinemos as menores, como a movimentação de mesas. Longe estão de ser assim inócuas conforme se cuida, pelo contrário, constituem pela incrível facilidade de propagação um perigo muito sério!

Disso cada qual deve ser advertido! Os entendidos se afastariam com horror, se vissem com que leviandade se operam tais coisas. Quantos adeptos não procuram mostrar seu “saber” em diversas rodas, propondo experiências mediante movimentação de mesas, ou então introduzem em famílias, quer em meio de risadas, quer sob sussurros misteriosos, as experiências com letras e copos ou outros recursos; experiências essas mais parecidas com brincadeiras, onde mediante o leve toque da mão por cima do copo, este se movimenta ou é atraído em direção às letras, formando palavras.

Com rapidez sinistra tudo isso se propagou à categoria de divertimentos sociais, onde são praticados sob risadas, escárnio e muitas vezes agradáveis arrepios.

Diariamente se reúnem então, em família, senhoras e moças em torno de uma mesa, ou mesmo isoladamente, diante de letras desenhadas numa cartolina e que, sempre que possível, devem ser dispostas de modo apropriado, para que não faltem ostentações místicas, incitando à fantasia que, aliás, é aí absolutamente dispensável, pois tudo decorrerá mesmo sem isso, contanto que a respectiva pessoa tenha alguma propensão para tanto. E dessas há inúmeras!

Os modernos cientistas do espírito e os dirigentes dos círculos de ocultismo se alegram ante o fato de as palavras e frases se constituírem sem o influxo mental consciente ou inconsciente do praticante. Tem ele, com isso, que se convencer, aumentando assim o número de adeptos do “oculto”.

Os escritos de orientação ocultista apontam para isso; os oradores intervêm a favor; meios auxiliares são fabricados e vendidos, facilitando assim todo esse abuso; e dessa forma se apresenta quase todo o mundo do ocultismo como prestimosos servos das trevas, convencidos todos sinceramente de serem sacerdotes da Luz!

Esses acontecimentos só por si já comprovam a completa ignorância que reina nas práticas de tal classe de tendências ocultistas! Mostram que nenhum dos que a isso pertencem é realmente vidente! Não deve servir de contraprova, se algum bom médium se desenvolveu aqui e acolá de tais origens, ou, pelo contrário, o que é mais certo, se um bom médium, no começo, foi atraído temporariamente para isso.

As poucas pessoas predestinadas a isso apresentam em seu próprio desenvolvimento natural uma proteção vigilante e cuidadosa de espécie inteiramente diversa e que se estende de degrau em degrau, proteção esta que os outros não têm. Tal proteção atua, contudo, só num desenvolvimento natural e próprio, sem nenhuma ajuda artificial! E isso exatamente porque somente em tudo quanto é natural é que repousa uma proteção como algo evidente.

Tão logo surja nisso a menor ajuda, seja ela pelos exercícios da própria pessoa ou advenha de outrem, por sono magnético ou por hipnose, deixa assim de ser natural e desse modo já não se ajusta com as leis naturais, as únicas capacitadas a oferecer proteção. Basta que a isso se ajunte a ignorância existente agora por toda a parte e já o mal estará aí. O querer somente jamais substituirá a capacitação quando se trata de agir. E ninguém deve ultrapassar a própria capacidade.

Não quer isso absolutamente dizer que pelo fato de centenas de milhares de pessoas se dedicarem a essas brincadeiras perigosas, aqui e acolá, uma delas não escape impune e seja bem protegida. Do mesmo modo muitas outras somente serão prejudicadas de uma forma ainda não visível terrenamente e que apenas depois de seu desenlace terão de reconhecer, de repente, que tolices de fato cometeram. Contudo, existem muitas que já sofreram danos, terrenamente visíveis, mesmo que durante sua existência terrena nunca chegassem ao reconhecimento da verdadeira causa.

Por essa razão tem de ser explicado, pois, o que ocorre durante essas brincadeiras no espiritual e na matéria fina. É do mesmo modo simples, como tudo na Criação, e absolutamente não tão complicado, contudo muito mais grave do que muitos imaginam.

Da maneira como a Terra se apresenta atualmente, as trevas ganharam supremacia sobre toda a matéria, através da vontade da humanidade. As trevas se encontram em todas as coisas materiais tão à vontade, como que em terreno próprio e familiar, podendo devido a isso atuar plenamente na matéria. Acham-se, portanto, em seu elemento, combatem num terreno que bem conhecem. Por esse motivo, na atualidade, levam vantagem sobre a Luz em tudo quanto é material, isto é, de matéria grosseira.

A conseqüência é que em toda a matéria a força das trevas é mais forte que a da Luz. Pois bem, nesses divertimentos, como a movimentação de mesas, etc., a Luz, isto é, algo elevado, não entra em cogitação absolutamente. Na melhor suposição podemos falar de algo ruim, portanto, escuro, e de algo melhor, portanto, mais claro.

Servindo-se uma pessoa de uma mesa ou de um copo, dum modo geral de qualquer objeto material, coloca-se num terreno de luta muito conhecido das trevas. Um terreno que as trevas consideram como seu. A referida pessoa, assim, cede de antemão a elas uma força contra a qual não pode opor nenhuma proteção eficiente.

Examinemos, aliás, uma reunião espírita ou qualquer divertimento social com a mesa e sigamos os fenômenos espirituais, ou melhor, os de matéria fina.

Quando uma ou mais pessoas se dispõem em torno duma mesa com a intenção de comunicar-se com os do Além, quer através de pancadas, quer através da movimentação da mesa, o que é mais comum, ocasionadas pelos do Além, a fim de através desses sinais poder formar palavras, desde logo esse contato material faz atrair principalmente as trevas, que passam a se encarregar das mensagens.

Com grande habilidade utilizam-se de palavras não raro pomposas, procuram responder pela forma desejada os pensamentos das pessoas, fáceis de ler para eles, porém, conduzem-nas logo por trilhas falsas em questões sérias, e procuram, se isso ocorre freqüentemente, colocá-las pouco a pouco sob sua influência crescente, e assim, vagarosa, contudo seguramente, arrastá-las para baixo. Com isso, mui astutamente, deixam os desencaminhados na crença de que estão subindo.

Caso, porém, logo de início ou também em qualquer outra ocasião apareça e se manifeste algum parente falecido ou amigo, chegando a expressar-se por intermédio da mesa, fato que se dá freqüentemente, então o embuste ainda se torna mais facilmente realizável. As pessoas reconhecem que deve ser realmente um determinado amigo que se manifesta e por isso crêem que é sempre ele, quando através da mesa cheguem quaisquer comunicações, mencionando-se como autor o nome daquele conhecido.

Mas tal não é o caso! Não apenas as trevas sempre atentas utilizam habilmente o nome, a fim de dar às mensagens enganadoras um aspecto o mais acreditável possível, adquirindo assim a confiança das pessoas indagadoras, mas vai até mesmo a ponto de um elemento escuro se imiscuir numa frase iniciada pelo amigo real, terminando-a intencionalmente de modo falso. Sucede então o fato pouco conhecido de na transmissão de uma frase simples e ininterrupta haver dois implicados. Primeiro, o autêntico amigo, talvez bem claro, portanto mais puro, e depois um mais obscuro, mal-intencionado, sem que o indagador perceba algo disso.

As conseqüências são fáceis de supor. O que confia é iludido e abalado na sua fé. O adversário utiliza-se desse acontecimento para o fortalecimento de suas zombarias e de suas dúvidas, às vezes para fortes ataques contra a causa toda. Na realidade, porém, ambos estão sem razão, devendo tudo ser considerado como conseqüência da ignorância que predomina sobre todo esse campo.

O fenômeno, contudo, se desenrola com toda a naturalidade: caso esteja na mesa um amigo mais claro e verdadeiro, manifestando-se a fim de satisfazer o desejo daquele que formula as perguntas, e se intromete um espírito escuro, terá o mais claro de retroceder, pois o mais escuro pode desenvolver uma força mais forte, servindo-se da matéria intermediária da mesa, porque atualmente toda a matéria é o campo das trevas propriamente dito.

Tal erro comete o ser humano que escolhe coisas materiais, criando assim de antemão um terreno desigual. O que é espesso, pesado, isto é, escuro, encontra-se mais próximo em densidade da matéria grosseira, do que aquilo que é luminoso, puro e mais leve, e assim, devido a essas ligações mais estreitas, desenvolve maior força.

Por seu turno, todavia, o que é mais claro, e que ainda se pode manifestar através da matéria, dispõe igualmente ainda de uma densidade até certo grau contígua, pois do contrário seria impossível uma ligação com a matéria para fins de qualquer comunicação. Isso pressupõe uma contigüidade com a matéria e concomitantemente uma possibilidade de conspurcação, logo que, através da matéria, se realiza a ligação com as trevas.

Para não incorrer nesse perigo, só resta ao mais claro se retirar depressa da matéria, isto é, da mesa ou de outros meios auxiliares, assim que um mais escuro se aproprie deles, para desligar o elo intermediário, que constituiria uma ponte sobre o natural abismo separador e protetor.

Não poderá ser evitado do lado do Além, então, que em tais casos a pessoa que se entrega a tais experiências, servindo-se da mesa, venha a sofrer influências baixas. Foi essa pessoa quem não quis outra coisa, por sua própria atuação, pois o desconhecimento das leis não consegue dar proteção aqui nesta conjuntura também.

Com esses acontecimentos ficará esclarecido para muitas pessoas muito do que até agora era inexplicável, encontrando assim solução para as inúmeras contradições enigmáticas, e é de se esperar que agora muitos abandonem de vez divertimentos tão perigosos!

Do mesmo modo minucioso, poderiam ser descritos também os perigos de todas as demais experiências que são muito maiores e mais fortes. Contudo, o assunto dessas coisas mais usuais e disseminadas está concluído por enquanto.

Somente um outro perigo deve ainda ser mencionado. Por causa desse processo de perguntas e exigências de respostas e conselhos, as pessoas acabam se tornando muito indecisas e dependentes. O contrário daquilo que a existência terrena tem por finalidade.

O caminho é errado seja qual for a sua direção! Só acarreta danos, nenhuma vantagem. É um arrastar-se pelo chão com o perigo permanente de encontrar sempre de novo vermes repugnantes e de desperdiçar suas forças e, por fim, ficar extenuado no caminho... por nada!

Com essa “ânsia de pesquisar”, ocasionam-se também grandes danos aos que se acham no Além!

A muitos escuros é dada assim a oportunidade, sim, são até levados à tentação de praticar o mal, aumentando com isso suas culpas, o que, em outras circunstâncias, não lhes seria tão fácil. Outros, porém, devido às constantes ligações de desejos e pensamentos, são impedidos em seus esforços para ascender.

Pelo exame minucioso desses métodos de pesquisa se patenteia quanto tudo isso é puerilmente teimoso, perpassado do mais grosseiro egoísmo e ao mesmo tempo tão tolo, que se chega a menear a cabeça e perguntar como é possível, aliás, que haja quem queira abrir para a humanidade em geral um território do qual ele próprio não conhece realmente um passo sequer em redor.

É errôneo também que a pesquisa toda se desenrole diante do público em geral. Com isso cria-se pista livre para os fantasistas e impostores, e torna-se difícil a aquisição da confiança da humanidade.

Em nenhum outro campo já ocorreu isso. E em toda a pesquisa, cujos sucessos hoje são plenamente reconhecidos, houve antes, na fase de investigações, numerosos malogros. Todavia, não se deixava o público co-participar tanto! Sobreviria o cansaço e com ele o decorrente desinteresse. A conseqüência é que, ao encontrar finalmente a Verdade, a força principal de um entusiasmo transformador e eficaz teve antes de se perder. A humanidade já não consegue se entregar à alegria jubilosa que tudo arrasta em sua veemência convencedora.

Os reveses no reconhecimento de caminhos errados se tornam armas afiadas nas mãos de muitos inimigos, os quais podem com o tempo incutir em centenas de milhares de seres humanos uma desconfiança tal, que esses, dignos da maior lástima, ao defrontarem a Verdade, não mais desejarão examiná-la seriamente, receosos de nova ilusão! Taparão os ouvidos, que de outra forma teriam aberto, perdendo assim o último lapso de tempo que ainda lhes pudesse dar o ensejo de escalar rumo à Luz.

Com isso as trevas obtêm uma nova vitória! Devem agradecer aos pesquisadores que lhes estenderam as mãos para isso e que de bom grado e orgulhosos atribuem a si o título de dirigentes das modernas ciências do espírito.

Para conhecer a obra NA LUZ DA VERDADE – MENSAGEM DO GRAAL de ABDRUSCHIN, nossos demais livros e para saber mais, clique AQUI.

* Dissertação: “O crime da hipnose”.

* Dissertação: “O Salvador”.

 

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